Criando e Parafraseando...

Um mundo onde se pode voar e alcançar o inatingível, ficar na ponta dos pés para tocar a luz da lua...

domingo, 27 de dezembro de 2009

Resoluções de ano novo

É, passou o Natal. E tão rápido quanto ele, passou esse ano. Parece que a demora do passar de ano é diretamente proporcional ao quanto você vive, ou seja, quanto mais velhos ficamos, mais rápido passa o ano.
Daqui há alguns poucos dias já será o ano que vem (pr'àqueles para quem eu devo, não sei se no ano que vem eu pago) e com o ano vindouro (palavra bonita ou careta?) vem as intermináveis listas de coisas que pretendemos fazer com ele. Como se desse tempo.
Como forma de inspiração para as milhares (sou modesta demais para dizer milhões) de pessoas que leem esse blog, aqui vai a minha:

Coisas que vou fazer no ano que vem:
  1. Ser menos egoísta;
  2. Pensar mais em mim;
  3. Ser mais constante;
  4. Não tentar mudar os outros (a não ser que seja para seu próprio bem...);
  5. Começar a fazer exercícios;
  6. Descançar mais;
  7. Não comprar tanta porcaria;
  8. Ser menos mão-de-vaca;
  9. Tentar utilizar menos expressões idosas, apesar delas serem o "ó" do borogodó;
  10. Estudar mais;
  11. Festar mais com a galera da faculdade;
  12. Tirar mais fotos para a posteridade (mas descartar aquelas em que eu estiver banguela, descabelada, gorda, vesga, com pé grande, com mão aparentando paralisia, perneta, torta, corcunda, com cara de idiota, ou qualquer uma que não seja esteticamente viável e rezar para que ainda sobre alguma foto no final);
  13. Aprender a demonstrar afeição por aqueles que eu sinto alguma (sem parecer sarcástica quando o fizer);
  14. Redecorar o meu quarto (como se ele já fosse decorado...);
  15. Diferenciar o que pode publicar em um blog do que não pode;
  16. Cumprir minhas resoluções de ano novo.

E tenho orgulho em dizer que a única que será difícil de cumprir é a número 16... Afinal, nem tudo pode ser perfeito.

De qualquer forma... Um ótimo fim de ano para todo mundo (sem escorregar na champanhe), e que a cor de suas roupas-de-baixo realmente influencie no ano que virá, pois cada um sabe melhor do que ninguém o que quer.

sábado, 19 de dezembro de 2009

(Mais) Um conto de Natal

Era dia 24 de Dezembro... Poucos minutos para o dia 25, na verdade. Tirando algumas festas de jovens fora do rumo, tudo estava quieto. Em paz.
Quando, de repente, surge algo diferente no céu. A silhueta fica perfeitamente nítida quando "a coisa" passa pela imensa lua cheia. Lá está ele: Papai Noel. Tão esperado para realizar todos os sonhos das crianças e adultos.
Papai Noel baixa seu treno e para em cima do telhado de uma casa normal. Estava no Brasil o bom velhinho, onde poucas casas tem chaminé, mas ele tinha suas próprias técnicas e entra pela janela mesmo. Deixa os presentes, come as bolachas Passatempo que as crianças deixaram influenciadas pela cultura americana e sai.
- Muito bonito... Um senhor na sua idade! -diz um guarda. Uma arma na cintura e uma cara fechada.
- Hã?
- Não se faça de desentendido! Eu vi o senhor saindo pela janela dessa casa. E nesse saco? O produto do roubo?
- Seu policial, eu sou o Papai Noel.
- Ah, ótimo. Essa eu não tinha ouvido ainda! E veja só... -o policial carrancudo- O senhor sabia que estacionou as renas em local proibido? Sorte sua esse não ser o meu setor, amigo.
- Seu policial...
- Vamos lá, chega de desculpas. Abra o porta-malas do trenó.
O Papai Noel, abismado com tudo aquilo e sem muito entender, percebeu que talvez fosse melhor atender aos pedidos do policial para que ele visse logo que havia cometido um erro. Abriu o saco do trenó onde havia deixado os outros presentes. O policial viu todos aqueles brinquedos e pareceu surpreso:
- Óh! Me desculpe! Não sabia! -Papai Noel abriu um sorriso, finalmente o policial havia entendido- O senhor deve ter se sentido muito ofendido por eu tê-lo chamado de ladrão... Afinal, o senhor é um contrabandista ladrão!
- Santo Claus! -praguejou Noel.
- De onde vem todos esses brinquedos? Do Paraguai? O senhor tem contatos na Ponte da Amizade, amigo? Fale aí! De onde vem tudo isso?
- Do Pólo Norte!!
- Não! Já chega! Isso já é demais. Vira aí, velho. O senhor está preso por roubo, contrabando e desacato à autoridade! Pólo Norte, não me vem com essa...
- Mas eu sou o Papai Noel! Como as crianças do mundo ficarão sem mim essa noite? -gritava Noel, irritado enquanto era algemado.
- Pedófilo também? Você é um maníaco! Crianças do mundo? Tem que ser muito pé-de-chumbo para dar a volta no mundo em uma noite... Diz aí, espertão, como faz?
- Eu consigo por causa do fuso-horário! -Noel já tinha a cara encostada no capô da viatura. A barba e os cabelos longos puxados pelo policial.
- Fuso-horário, é? -o policial empurrou o senhor de roupa vermelha para dentro da viatura- Deveria é saber o que significa "cervejinha", amigo. Esse é o Brasil.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Joãozinho Cotoco

Joãozinho era um brigão,
era um menino problema,
só andava na contra-mão,
Joãozinho era um dilema.

Joãozinho tinha o pai "mito",
Joãozinho comia todo dia,
Joãozinho era até bonito,
Joãozinho até na missa ia.

Joãozinho foi pego por cinco grandões,
ficou preso, amarrado e faminto,
viu que eram todos machões,
e eles lhe cortaram o braço.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Passado, Presente e Futuro

A vida é uma iniquidade!
Nunca estamos satisfeitos. Sempre pensamos no amanhã (mesmo não sabendo se ele irá existir), assim como sempre damos um tremendo valor ao que já passou (mesmo que, oras!, ele já tenha passado!).
A primeira memória concreta que tenho da minha vida é do dia 22 de fevereiro de 1992. Acreditem ou não, a festa do meu primeiro aniversário... Da minha tia Bia me segurando na balança do clube em que foi a festinha... Depois disso lembro de mais um quinquilhão de coisas, que provavelmente não caberiam em um livro, muito menos em um post de blog.
Não que eu tenha vivido demais... Mas porque eu me lembro demais...
Lembro que quando eu tinha três anos, uma criança miudinha levada pela mãe para a escolinha, se minha mãe me dissesse que estava perto do meu aniversário e algum aluno mais velho (do ensino médio, provavelmente, que estava matando tempo à tarde no colégio), me achava fofinha pelo meu tamanho diminuto e perguntava quantos anos eu tinha, eu já adicionava um dedo à minha contagem de anos de vida.
Eu queria crescer. Eu queria poder ir a pé para a escola. Eu queria poder carregar todo o meu material em uma mochila de rodinhas, e não apenas levar aquelas pastinhas de elástico pra casa quando tinha tarefa (coisas realmente complicadas como colar gravuras e ligar pontos).
No ensino médio, descobri que levar o material para casa todos os dias não era lá grandes coisas... E também estava louca para fazer 18 anos para poder dirigir. Ir para a faculdade dirigindo, então? Ah! Que sonho! A faculdade... Reino distante onde todos os sonhos se realizam.
Agora... É comum. O que eu quero? Muita coisa. Principalmente ficar mais velha para poder ganhar mais dinheiro. (não que seja algo proporcional, mas acho que vocês me entenderam). E ao mesmo tempo, gostaria de voltar a ser criança para poder brincar na caixa de areia, dar tchau pro chafariz, assistir Pica-Pau antes do almoço e Os Trapalhões depois, e, acima de tudo, não ter tantas responsabilidades.
Provavelmente daqui alguns anos irei sentir falta de tomar coca-cola com a galera da faculdade, quando nós sentávamos despretensiosos e lembrávamos dos velhos tempos... Dos velhos desenhos... Dos velhos doces... Dos velhos amigos...
E, se antes eu adicionava dedos à minha contagem de anos vividos, irei fazer exatamente o contrário, pedindo para que meu aniversário não chegue tão rápido, e que, se puder, que o tempo pare e eu fique só de espectadora das minhas próprias memórias.

sábado, 21 de novembro de 2009

O Malandro e a Freirinha

Ele era de boa família, mas nem por isso havia se salvado: Latoeiro de profissão, trambiqueiro por vocação. Ela, apesar do gosto pela teologia, deixara o convento antes de tornar-se efetivamente freira, e agora trabalhava como secretária e fazia o cafézinho.
Ele não gostava de café, mas agora poderia esvaziar uma garrafa cheia. Ela não era muito detalhista, mas agora achava coisas tortas por todo canto.
Aos poucos a intimidade deles, apesar de silenciosa, tornou-se palpável. Ela às vezes encurtava ainda mais o que já era o apelido dele; ele mostrou-se atencioso, coisa que antes só fazia com os carros que consertava.
Ele começou a errar a pintura do Opala 86. Ela começou a fazer o café, que antes era perfeito, amargo demais.
Ele começou a passar perfume e fazer a barba, mesmo sabendo que no fim do dia acabaria todo sujo e cheirando a graxa. Ela passava batom e se vestia o mais caprichosamente que podia, mesmo que o batom acabasse borrado por conta da falta de prática e as blusinhas mostrassem os braços parte morenos, parte branquelos, pela falta de sol.
Um dia ele consertou um carrinho quadriciclo na empresa e chamou ela para dirigir. Ela nunca se sentira tão feliz com os cabelos ao vento e ele sentado ao seu lado.
"Ah, como é lindo o amor" eu disse enquanto continuava o meu serviço e olhava pela janela, tomei um gole de café e fui dominada pela azia devida ao amargo exagerado "pelo menos enquanto eu não tiver que demitir ninguém por causa disso."

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Bernardo e o Muro

Bernardo era um menino de uma cidade minúscula, e, como tantos outros meninos de cidades minúsculas, desde muito cedo os pais de Bernardo confiavam ao filho algumas moedas para comprar leite e pão na venda, deixavam que ele fosse de bicicleta quando tinha circo ou um pequeno parque e davam liberdade para as brincadeiras de rua que, às vezes, não era bete.
A única proibição que Bernardo tinha era que ele não poderia, de forma alguma, ir para o outro lado de um grande muro de pedras que tinha na cidade. Um muro tão alto que seria necessária muita força de vontade para pular e, tão longo que várias vezes Bernardo e seus amigos tentaram encontrar o fim do muro sem sucesso.
Muitas eram as histórias sobre o que havia atrás do muro, pois, apesar de proibido, ninguém sabia responder ao certo o que, de fato, tinha lá. As hipóteses eram muitas e iam desde uma prisão para demônios que, de tão maus, não conseguiram ficar no inferno, até um buraco negro que sugava a alma dos mentirosos.
Mas uma coisa era certeza: os corajosos (ou estúpidos) que iam para o outro lado do muro nunca mais voltavam.
O problema era que Bernardo era um menino muito curioso e a liberdade que seus pais haviam lhe dado desde muito cedo, fez com que essa curiosidade se aflorasce ainda mais.
E se atrás do muro tivesse algo muito, muito bom? Talvez fosse por isso que ninguém voltasse!
Um dia, depois da aula, Bernardo estava brincando na rua com seus amigos quando Paulinho, o menino mais rico da cidade, filho do dono do mercadinho, de quem havia ganhado uma linda bicicleta nova, amarela, igualzinha à da televisão, chegou contando vantagem com sua bicicleta:
- Olhem minha bicicleta nova! Nenhum de vocês tem uma igual!
Eu vou para qualquer lugar com ela!
- Pois eu duvido que você vá para o outro lado do muro! -disse
Jorginho, filho do Seu Jorge, o jardineiro. Todos riram.
Paulinho fechou a cara torcendo o nariz. Por essa ele não esperava. Olhou para a bicicleta novinha. Rapidamente lhe veio uma ideia para se sair bem daquela:
- Pois se alguém for para o outro lado do muro, irá
ganhar a minha bicicleta novinha!
Bernardo olhou. Aquela era sua chance! Veria o que tinha do outro lado do muro e ainda ganharia uma bicicleta nova! Seus pais não poderiam brigar com ele por ter subido no muro se o motivo fosse nobre.
- Eu vou! -falou Bernardo.
Todos os garotos arregalaram os olhos espantados. Paulinho inclusive, pois não acreditava que alguém fosse aceitar o desafio. Bernardo levantou-se e, com a expressão mais corajosa que conseguiu, foi andando até o muro. E, como todo garoto audaz de cidade minúscula, ele colocou seus dedinhos entre as pedras e começou a escalar o muro gigantesco.
Lá embaixo o tumulto era geral. Enquanto alguns incentivavam-o com "Você vai conseguir, Bernardo!" outros, mais responsáveis, gritavam "Desce daí, Bernardo!" e, claro, o grupo de Paulinho gritava "Você logo vai cair, Bernardo!"
Mas Bernardo continuava sua escalada, seus dedinhos doendo, e sua sandália muitas vezes escorregando nos pequenos vãos das pedras do muro. Mas ele continuou... Continuou... Continuou... Até que chegou ao topo!
Bernardo colocou o braço em cima do muro e se apoiou. Quando seus olhos alcançaram o outro lado do muro, ele viu algo que nunca, em toda a sua vida, esperava ver. Ele abriu a boca espantado. Mas seus braços e pernas estavam cansados da escalada, e, talvez com a emoção da surpresa, acabaram cedendo de vez e ele caiu todo o tamanho do muro.
Cinco dias depois, Bernardo acordou em uma cama de hospital. Aos poucos suas lembranças foram aparecendo, e, assim como todas as outras, veio também a visão do outro lado do muro. Seus pais chegaram e o abraçaram forte quando viram que o filho estava bem e inteiro e, depois de toda a emoção, perguntaram finalmente:
- E então, Bernardo, o que tem do outro lado do muro?
Bernardo sorriu por finalmente poder matar a curiosidade de todo mundo. Abriu a boca para falar... Mas tinha ficado mudo.

domingo, 8 de novembro de 2009

A Lagartixa e sua contribuição na história das relações humanas

Era uma vez uma lagartixa... Não havia nada de especial naquela lagartixa. Assim como suas parentas lagartixas ela era um exemplar nativo da África, pertencente ao reino Animalia, filo Chordata, classe Reptilia, ordem Squamata, subordem Sauria e e família Gekkonidae.

Porém algo em especial atormentava aquela lagartixa e ela sempre dizia para si mesma:

- Algo em especial me atormenta.

Um dia a Lagartixa estava andando entre pedras e musgos quando, de repente, viu um lagartixo esbelto e com aparência forte. Seus olhos vacilantes ficaram virando frenéticamente de um lado para o outro, analisando o másculo lagartixo. Quão grande foi a felicidade da Lagartixa quando percebeu que seu interesse era correspondido! Sensualmente ela deu uma piscadela com seus olhos grandes e esbugalhados batendo seus cílios de lagartixa.

O Lagartixo até tentou fazer-se de difícil. Impossível foi resistir, porém, quando a Lagartixa aplicou cinco passos de conquista que havia lido um tempo atrás em um blog legalzão. (Ver post anterior)

Em questão de minutos, então, o Lagartixo e a Lagartixa entrelaçavam seus rabinhos vacilantes com a intimidade de amigos de infância de lagartixa. Em menos de uma hora, a Lagartixa e o Lagartixo, muito liberais, já estavam na toca dele, sob grama e atrás do matinho. Então, no ápice da sedução a Lagartixa eufórica exclamou:

- Me joga na parede e me chama de minha Lagartixa!

E assim termina a história de uma das cantadas mais bem-sucedidas da humanidade.

sábado, 31 de outubro de 2009

Como Conquistar Alguém: Tutorial de 5 passos simples.

Como encontrar sua possível alma gêmea (ou uma curtição) em 5 passos simples:

  1. Escolha uma vítima, digo, uma pessoa. Este tutorial é como conquistar uma pessoa, não todo o estabelecimento. (Esse virá depois).
  2. Olhe e faça "rrroaarrr" com um movimento simultâneo com a mão (só uma, não seja exagerado) fazendo-a de garra. Isso irá ser tão sedutor que você já realizou mais da metade da tarefa.
  3. Este é o momento da aproximação. Faça seu olhar mais sexy e pergunte: "Opa, bão?". A própria NASA fez uma pesquisa comprovando que ninguém resiste a algo tão sensual.
  4. Puxe assunto dizendo que sua música favorita é "O Amor e o Poder" da Rosana. Se achar necessário, cante o refrão "Como uma deeeeusaaaaa, você me manteeeeem". Sim, esse passo se aplica tanto a homens quanto mulheres. Mas atenção, o refrão só deve ser cantado se necessário, se a pessoa já estiver conquistada NÃO CANTE, pois ela pode se apaixonar.
  5. De um tapa no bumbum do(a) pretendente. Quem não gosta de receber tapas de estranhos?

Pronto, com esses passos você terá conquistado alguém para uma noite tórrida de sexo selvagem embalada por sucessos extremamente sexys dos anos 80/90. Só não esqueça de trocar o seu lençol de oncinha depois.

No caso de você chegar ao passo 5 e não ter conquistado o(a) ser, caia no chão em posição fetal e chore. Você não tem salvação.

sábado, 17 de outubro de 2009

Toda Cidade Tem...

Toda cidade tem... Uma família feliz,
que uma filha, passar no vestibular sempre quis,
e a outra que só quer ser modelo, manequim e atriz.


Toda cidade tem... um moço estranhamente sensível,
que não dá bola para uma mulher incrível,
mas acha o personal da academia irresistível.

Toda cidade tem... uma mulher que com todos sai,
cujo marido ainda acha que do filho dela é o pai,
e de tanto rir dele, todo mundo cai.

Toda cidade tem... um cara que nunca vai casar,
mas que a uma moça não cansa de enganar,
e uma beata que pede perdão por com ele transar.

Toda cidade tem... um hippie que fica na calçada,
vendendo colares a dois reais cada,
e com a grana ele não come, dá uma "viajada".
Toda cidade tem... um vendedor de barraquinha,
que fica sempre perto da mesma pracinha,
e que o pedido dos clientes já adivinha.

Toda cidade tem... um bebum que todo mundo conhece,
que nem a própria mulher reconhece,
e que no dia seguinte, dos tapas dela, já se esquece.

Toda cidade tem... um lugar que passa por "balada",
em que sempre tem uma feia que pelas amigas é levada,
mas que quando bebe umas deixa de ser encabulada.

Toda cidade tem... Uma escritora que tenta ser nobre,
nisso seus próprios segredos ela encobre,
fazendo nada mais que muita rima pobre.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Conto de fadas do Séc. XXI

Era uma vez, em um reino encantado onde tem "Carná"*, uma mocinha frágil que trabalhava como diarista em uma casa de família de médicos, para pagar o sustento de sua filhinha que ela tivera mesmo com todos os avisos/campanhas/gritos/informativos sobre contraceptivos.
Um dia, enquanto ela limpava, sua patroa falava para sua filha mais velha (que tinha mais ou menos a mesma idade dela):
- Minha filha, vá estudar.

A menina, após muito reclamar, após gritos desesperados de que havia marcado com uns amigos no shopping, que ela tinha a pior mãe do mundo e que nunca era entendida, trancou-se no quarto com seu Iphone, declamando pelo msn, em seu computador, o quanto a vida era injusta.
“Quem dera eu pudesse ter estudado.” Pensou a mocinha frágil enquanto terminava de lavar os pratos que a família deixara esparramados por cima da mesa.
Naquela noite, ela foi para casa, pegou a sua filhinha que deixara com a vizinha idosa e entregou-a a sua mãe que havia trabalhado o dia inteiro descamando peixes em uma fábrica de sardinha em lata, ligou para Jacobson, pelo seu celular cor-de-rosa que havia comprado com o bolsa-dinheiro-fácil.

- E aí, mina? ‘Tamo junto?

- Pode crê, Jacobsõ! Se encontramô na festa às dez que eu vô pegá o
236.


Naquela noite ela se divertiu com Jacobson, que não mais ligou pra ela, apesar de ter dito que o faria. Acabou engravidando novamente, apesar de ter dito que não mais o faria. E continuou trabalhando para a família de médicos que já haviam nascido ricos.
FIM
___________________________________
É... Acho melhor deixar os contos de fadas pra Era Medieval mesmo.
  • *Alusão à música de Jorge Ben

domingo, 4 de outubro de 2009

Aqueles que roubam no STOP

Hoje, domingo, dia de Deus, eu estava tranquilamente lendo o jornal, quando cheguei em um artigo sobre moda. No título dizendo alguma coisa sobre a cor-tendência ser nude. Eu já tinha ouvido falar, admito, mas só depois de ver no jornal é que resolvi saber realmente qual era a tal cor nova.
Por tradução literal, nude significa nu, em inglês. E a ideia básica da cor é mais ou menos a mesma. É, portanto, algo por volta da cor da pele, mas não necessariamente idêntica a ela. Logo, o nude pode passar de um bege-clarinho, chegando a algo mais "amareladinho", indo ainda por um "amarelo-queimado", marrom, e até mesmo quase preto. Resumidamente, nude pode ser a cor que você quiser, se você tiver argumentos para sustentar a hipótese.
E eu que já ficava confusa quando surgiam notícias de uma cor chamada fucsia? O que vai ser de bons e velhos (e bota velhos) ditados como "O que seria do azul se todo mundo gostasse do amarelo?".
"O que seria do nude se todo mundo gostasse de fucsia...?" Ficaria de boa, claro. Afinal, se der uma apertadinha de corda no pescoço, nude pode até ser fucsia também.
No final das contas, acho que quem inventa essas cores, gosta mesmo é de jogar STOP (e não é lá muito honesto).
Jogadores: "O ESTÓPE É!"
Contagem: "N!"
Ladrão de STOP: "Cor com 'n'...?? Nude! NUDE! STOP! GANHEI!!"
Mas, no final das contas, quem sou eu para falar alguma coisa? Justo eu que coloquei tantas vezes "Naquele" em Lugar...

Micro-ondas, explicação sobre o vício

Todo mundo deve ter algumas lembranças sobre os primeiros "passos" no mundo das palavras. Eu, pelo menos, lembro muito bem de quando fui introduzida no mundo das letrinhas (o "a" era amigo e o "b" barrigudo, entre outras associações patéticas). A verdade, porém, é que não foi na escola a primeira vez que quis aprender a escrever.
Nem me lembro se eu já ia para a escola, mas a primeira vez que quis aprender a me comunicar por esse "código" tão esquisito, eu deveria ter uns dois anos: Eu cheguei na sala da minha casa, determinada, com uma folha de caderno em uma mão e algo que considerava servir pra escrever na outra. Minha mãe havia chegado mais cedo do trabalho e estava assistindo a novela com a moça que cuidava de mim na época.
EU: "Eu quero aprender a escrever."
MÃE: "Então escreva."
Ela era uma santa, mas aquela novela aparentemente estava bem interessante. Obedientemente, sentei-me no sofá usando a mesinha do abajur de apoio.
EU: "Eu quero escrever... microondas." (na época ainda era
sem hífen)
MÃE: "M-I-"
EU: "?"
MÃE: "Microondas. M-I"
EU: "Mas eu não sei escrever 'ême-i'. E quero escrever
microondas."
MÃE: "Mas você só vai aprender a escrever...
escrevendo."
EU: "??"
MÃE: "Como você quer aprender se eu não te ensinar?"
EU: "???" *Choro convulsivo descontrolado*
De qualquer forma, eu levei a sério o que ela disse. E até hoje tento aprender a escrever... escrevendo.