Criando e Parafraseando...

Um mundo onde se pode voar e alcançar o inatingível, ficar na ponta dos pés para tocar a luz da lua...

sábado, 19 de dezembro de 2009

(Mais) Um conto de Natal

Era dia 24 de Dezembro... Poucos minutos para o dia 25, na verdade. Tirando algumas festas de jovens fora do rumo, tudo estava quieto. Em paz.
Quando, de repente, surge algo diferente no céu. A silhueta fica perfeitamente nítida quando "a coisa" passa pela imensa lua cheia. Lá está ele: Papai Noel. Tão esperado para realizar todos os sonhos das crianças e adultos.
Papai Noel baixa seu treno e para em cima do telhado de uma casa normal. Estava no Brasil o bom velhinho, onde poucas casas tem chaminé, mas ele tinha suas próprias técnicas e entra pela janela mesmo. Deixa os presentes, come as bolachas Passatempo que as crianças deixaram influenciadas pela cultura americana e sai.
- Muito bonito... Um senhor na sua idade! -diz um guarda. Uma arma na cintura e uma cara fechada.
- Hã?
- Não se faça de desentendido! Eu vi o senhor saindo pela janela dessa casa. E nesse saco? O produto do roubo?
- Seu policial, eu sou o Papai Noel.
- Ah, ótimo. Essa eu não tinha ouvido ainda! E veja só... -o policial carrancudo- O senhor sabia que estacionou as renas em local proibido? Sorte sua esse não ser o meu setor, amigo.
- Seu policial...
- Vamos lá, chega de desculpas. Abra o porta-malas do trenó.
O Papai Noel, abismado com tudo aquilo e sem muito entender, percebeu que talvez fosse melhor atender aos pedidos do policial para que ele visse logo que havia cometido um erro. Abriu o saco do trenó onde havia deixado os outros presentes. O policial viu todos aqueles brinquedos e pareceu surpreso:
- Óh! Me desculpe! Não sabia! -Papai Noel abriu um sorriso, finalmente o policial havia entendido- O senhor deve ter se sentido muito ofendido por eu tê-lo chamado de ladrão... Afinal, o senhor é um contrabandista ladrão!
- Santo Claus! -praguejou Noel.
- De onde vem todos esses brinquedos? Do Paraguai? O senhor tem contatos na Ponte da Amizade, amigo? Fale aí! De onde vem tudo isso?
- Do Pólo Norte!!
- Não! Já chega! Isso já é demais. Vira aí, velho. O senhor está preso por roubo, contrabando e desacato à autoridade! Pólo Norte, não me vem com essa...
- Mas eu sou o Papai Noel! Como as crianças do mundo ficarão sem mim essa noite? -gritava Noel, irritado enquanto era algemado.
- Pedófilo também? Você é um maníaco! Crianças do mundo? Tem que ser muito pé-de-chumbo para dar a volta no mundo em uma noite... Diz aí, espertão, como faz?
- Eu consigo por causa do fuso-horário! -Noel já tinha a cara encostada no capô da viatura. A barba e os cabelos longos puxados pelo policial.
- Fuso-horário, é? -o policial empurrou o senhor de roupa vermelha para dentro da viatura- Deveria é saber o que significa "cervejinha", amigo. Esse é o Brasil.

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