A vida é uma iniquidade!
Nunca estamos satisfeitos. Sempre pensamos no amanhã (mesmo não sabendo se ele irá existir), assim como sempre damos um tremendo valor ao que já passou (mesmo que, oras!, ele já tenha passado!).
A primeira memória concreta que tenho da minha vida é do dia 22 de fevereiro de 1992. Acreditem ou não, a festa do meu primeiro aniversário... Da minha tia Bia me segurando na balança do clube em que foi a festinha... Depois disso lembro de mais um quinquilhão de coisas, que provavelmente não caberiam em um livro, muito menos em um post de blog.
Não que eu tenha vivido demais... Mas porque eu me lembro demais...
Lembro que quando eu tinha três anos, uma criança miudinha levada pela mãe para a escolinha, se minha mãe me dissesse que estava perto do meu aniversário e algum aluno mais velho (do ensino médio, provavelmente, que estava matando tempo à tarde no colégio), me achava fofinha pelo meu tamanho diminuto e perguntava quantos anos eu tinha, eu já adicionava um dedo à minha contagem de anos de vida.
Eu queria crescer. Eu queria poder ir a pé para a escola. Eu queria poder carregar todo o meu material em uma mochila de rodinhas, e não apenas levar aquelas pastinhas de elástico pra casa quando tinha tarefa (coisas realmente complicadas como colar gravuras e ligar pontos).
No ensino médio, descobri que levar o material para casa todos os dias não era lá grandes coisas... E também estava louca para fazer 18 anos para poder dirigir. Ir para a faculdade dirigindo, então? Ah! Que sonho! A faculdade... Reino distante onde todos os sonhos se realizam.
Agora... É comum. O que eu quero? Muita coisa. Principalmente ficar mais velha para poder ganhar mais dinheiro. (não que seja algo proporcional, mas acho que vocês me entenderam). E ao mesmo tempo, gostaria de voltar a ser criança para poder brincar na caixa de areia, dar tchau pro chafariz, assistir Pica-Pau antes do almoço e Os Trapalhões depois, e, acima de tudo, não ter tantas responsabilidades.
Provavelmente daqui alguns anos irei sentir falta de tomar coca-cola com a galera da faculdade, quando nós sentávamos despretensiosos e lembrávamos dos velhos tempos... Dos velhos desenhos... Dos velhos doces... Dos velhos amigos...
E, se antes eu adicionava dedos à minha contagem de anos vividos, irei fazer exatamente o contrário, pedindo para que meu aniversário não chegue tão rápido, e que, se puder, que o tempo pare e eu fique só de espectadora das minhas próprias memórias.
Ai, fiquei com saudade de tomar "Coca-Cola" com o pessoal da faculdade.
ResponderExcluir=/